sábado, fevereiro 11


Entrevista a José Pinto Coelho

Antes de mais deixe-me expressar uma enorme admiração por tudo o que tem feito e pelo partido em si. Comecemos pelo lado mais pessoal.

In Silencio - Diga-nos quem é José Pinto-Coelho? Idade? Actividade profissional paralela à actividade no partido?

José Pinto Coelho - Antes de mais, deixe-me desejar-lhe os maiores sucessos para este seu empreendimento "In Silencio" que vem ajudar no enriquecimento da blogosfera e agradecer-lhe este "tempo de antena" que me concedeu, sobretudo, porque para nós, Nacionalistas, o tempo de antena é um bem escasso e de primeira necessidade…

Respondendo então, às suas questões, devo dizer que o lado pessoal é sempre o mais complicado de se abordar, uma vez que quando alguém fala de si mesmo, corre o risco de cair no auto-elogio patético ou na falsa modéstia. Por outro lado, é muito difícil estabelecer-se a delicada fronteira entre o "pessoal" e o "íntimo" ou particular. Nessa medida, prefiro ser sempre o mais sucinto e objectivo que possa, passando de corrida esta vertente das entrevistas…

Sou lisboeta, oriundo de uma família tradicional (segundo a catalogação da nossa cultura social), tenho 45 anos, casado e sou designer gráfico.

IS - Tem filhos?

JPC - Sim. Cinco.

IS - Quando e porquê se iniciou na politica?

JPC - Até ao 25 de Abril de 74, quando tinha 13 anos, nem sequer sabia o que era política. No entanto, por pura intuição, detestei logo essa madrugada "libertadora". Os dias e anos seguintes vieram dar sentido à minha intuição. Naqueles tempos tristemente carnavalescos do PREC – apesar de ter estado ausente por 3 anos no Rio de Janeiro – percebi bem o que era a política, tanto no sentido nobre do termo, quanto – sobretudo! – no sentido mais desprezível daquilo em que ela se pode tornar…

Sem o saber, e formando-me, sempre fui Nacionalista.

Ao voltar para Portugal em 1978, senti cada vez mais forte o apelo que já despontara no Brasil, para qualquer tipo de intervenção política. Não sabia como, nem de que forma, nem sentia qualquer tipo de preparação. Mas o apelo era evidente.

Foi assim que, em 1980 me ofereci, junto da organização da manifestação do 1º de Dezembro – levada a cabo, anualmente, pela Vera Lagoa – para colaborar em qualquer coisa útil. Nesse meio cheguei ao conhecimento de dirigentes do Movimento Nacionalista, no qual me vim rapidamente a filiar e a colaborar activamente.

Devido à implosão e "falência" do Movimento, aliada aos destinos da minha vida particular – como o casamento – acabei por hibernar para a política, mantendo-me sempre, no entanto, um Nacionalista fervoroso. Mas o apelo à intervenção não morrera, apenas não tinha por onde o fazer.

Só bem mais tarde, em 1997, é que, por mera casualidade esbarrei com a "política" ao sair de uma reunião com um cliente, quando vi no pára-brisas de alguns carros, propaganda a uma tal "Aliança Nacional" da qual nunca ouvira falar. Pareceu-me ser algo novo e ser uma segunda oportunidade para a minha intervenção, embora, desta feita, com uma outra maturidade e uma outra determinação! Devo dizer que ao entrar em contacto com a AN, não senti grande entusiasmo. Entendi que era um grupo de pessoas com boa vontade – por certo – mas sem consistência, nem "chama", nem viabilidade. Não aderi, mas também não perdi o contacto por completo. Dois anos mais tarde, incentivado por um amigo que não via há alguns anos e que, por coincidência era militante da AN, lá retomei o contacto, tentando agora acreditar…

Foi assim que as circunstâncias se proporcionaram para que eu estivesse envolvido na criação do PNR, tendo sido membro da Direcção desde o seu início…

IS - O que distingue o PNR dos outros partidos?

JPC - Tudo! O PNR é um partido Ideológico. Doa a quem doer, os outros partidos, são partidos de carreira, interesses e conveniências. Não se comprometem com ideologias, mas pelo contrário, estão enfeudados a quem os financia, a grupos e são escravos da caça ao voto. Neste pacote refiro-me aos partidos com representação parlamentar e aos pequenos, exceptuando talvez algum de extrema-esquerda.

Reparemos que os partidos portugueses actuam sempre balizados por alguns destes aspectos: os ziguezagues políticos, a falta de comprometimento com as grandes questões, o discurso «politicamente correcto», a indefinição ideológica, a subserviência aos grupos de pressão e aos lóbis.

O PNR é um partido com fortíssima carga ideológica, da qual não abdica. No PNR ninguém vai à procura de tachos ou compensações. Pelo contrário, as pessoas que aderem, não só não esperam nada do Partido, como sabem que têm que contribuir. Sabem que Portugal precisa do PNR e o PNR precisa de todos e cada um dos Nacionalistas.

Claro está que há pessoas de bem em outros partidos, mas que nada poderão fazer porque o jogo está demasiadamente viciado! O sistema está podre! Todos os cinco partidos grandes, são partidos de poder (ainda que fora do governo), comem todos na mesa do orçamento e nada querem mudar. Entre os partidos pequenos, há aqueles que sofrem dos mesmíssimos defeitos de vício, mas que não conseguem chegar à tal mesa. Se houver algum partido puro e ideológico, esse estará nos antípodas da nossa ideologia, sendo por isso bem distinto.

Ou seja, o PNR é de facto o único partido temido pelo sistema da destruição nacional, mesmo tendo uma reduzida expressão, por enquanto. O sistema, em bloco, teme o PNR, por saber bem e prever, que o Nacionalismo está para ficar; para ficar e para desinstalar os grandes inimigos da Nação.

IS - Até que ponto acredita no nacionalismo?

JPC - Até às últimas consequências! Entendo o Nacionalismo, como que a continuação natural da Família, que é a célula base da sociedade. A Nação – um povo, um território, e uma organização política (Estado) – são uma construção natural, baseada em fortes laços culturais, étnicos e históricos. Um passado comum e um futuro comum, tal como numa Família. Um modo de ser, de estar, de sentir, que lhe é próprio, tal como numa família.

Por esse motivo, ao contrário da propaganda mentirosa do politicamente correcto, um Nacionalista não odeia os outros povos. Pelo contrário! Tem o mais profundo respeito pelas outras Nações, porque ama a sua e quer que os outros também a respeitem.

IS - Como pensa que vai a política em Portugal?

JPC - Preciso de responder?… Quando a corrupção se impõe despudoradamente, quando os gastos e as mordomias da classe dirigente são gritantes, quando os lóbis e clientelismos imperam, quando as instituições estão podres, quando a mentira é palavra de ordem, quando o panorama é desolador… acho que não é preciso dizer mais nada…

Portugal vive cada vez mais ao estilo de república das bananas terceiro-mundistas, no qual o fosso entre ricos e pobres é uma afronta, no qual os poderosos estão acima da lei, no qual os políticos ao invés de servirem a Pátria a partir dos seus cargos, se aproveitam desses mesmos cargos para servir os seus interesses e os interesses de determinados grupos.

É urgente uma viragem radical e só o PNR a poderá fazer.


IS - Qual é a posição do PNR em relação ao aborto?

JPC - O aborto é um tema transversal à sociedade e é fracturante, mas o PNR, contrariamente a outros Partidos, não tem posições dúbias tentando agradar a gregos e troianos em função da caça aos votos. O PNR tem sempre posições claras e inequívocas, mesmo sabendo que nem todos os seus apoiantes comungam de todas as suas posições oficiais. Sabemos porém, que os nossos apoiantes apoiam o Partido no essencial, e mesmo nos pontos de eventual discordância, vêm o seu Partido como um Partido sólido, coerente, corajoso e claro.

O PNR, defende a Vida acima de tudo! O PNR não alinha em políticas de degradação do ser humano e da sua dignidade, por isso a posição oficial do PNR é contra o aborto e pela Vida.

IS - E ao casamento e adopção de crianças por "casais" homosexuais?

JPC - Aplicando os princípios de clareza expostos na resposta anterior e que orientam as posições do PNR, também aqui não temos posições tíbias.

É bom lembrar que o PNR levou a cabo, no passado dia 17 de Setembro, uma manifestação pública contra o lóbi gay e as suas nefastas pretensões… Foi sobejamente referido que não somos contra aquilo que cada um possa fazer na sua vida privada, pois horroriza-nos o puritanismo hipócrita, mas defendemos valores e princípios. Por isso defendemos a família! Ora sendo nós um partido afirmativo, com ideologia e com causas, é natural que nos oponhamos frontalmente a toda e qualquer tentativa de destruição e corrosão dos valores humanos e sociais.

Assim, entendemos que não existe casamento de homossexuais. Chamem-lhe o que quiserem, mas não podemos aceitar uma ofensa e uma banalização à instituição casamento, que só faz sentido na ordem natural das coisas, e isso só se dá entre homem e mulher. Quanto à adopção de crianças por homossexuais, isso então, é o culminar da degradação e do atentado aos valores! O lóbi gay, em uníssono com a esquerda, está apostado em semear a ditadura do relativismo e do tanto faz, destruindo e desmontando tudo o que sejam os valores. Já imaginou o trauma de uma pobre criança ao ser "educada" por homossexuais? Já imaginou o penoso que será para ela dizer que o pai se chama António e a "mãe" se chama Pedro? Ou que a mãe se chama Ana e o "pai" se chama Paula?

IS - Os media acusam o PNR de incentivar a xenofobia, o que pensa desta afirmação?

JPC - Os media estão há várias décadas dominados pela ditadura cultural de esquerda, por isso o que se pode esperar? Mimos?

Há jornalistas sérios, mas a verdade é que as chefias das redacções obedecem a ditames apertados de lóbis anti-nacionais e esquerdistas, de lóbis internacionalistas e liberal-capitalistas, de lóbis anti-vida e anti-valores. Nessa medida, muitos jornalistas acabam por se ver manietados por quem lhes paga. A posição oficial, generalizada, dos media está por isso pervertida, tal como sucede com a política. Assim a comunicação social em vez de informar, deforma e intoxica. Isso explica que leve certos grupos políticos ao colo e que diabolize os Nacionalistas, utilizando uma ladainha de adjectivos caluniosos e de uma imprecisão no mínimo, grosseira.

IS - Para o PNR os imigrantes são uma espécie de inimigo da nação?

JPC - Não! O inimigo da Nação, não são os imigrantes, pois esses sempre existiram e existirão, tal como existem emigrantes. O inimigo da Nação são os próprios dirigentes e governantes que permitem e incentivam esta invasão para satisfazer os seus interesses. Claro está que, nessa medida, os imigrantes acabam por ser o inimigo "material". Isso não significa que se aplique a todos os imigrantes. Sucede é que estamos perante uma verdadeira invasão! Uma ocupação física da nossa Pátria. E isso é muito grave! O assunto da imigração tem que ser tratado com seriedade, percebendo-se quem devemos aceitar como imigrante, em que áreas laborais, em que locais geográficos, em que condições, etc., e não desta forma irresponsável e criminosa de política de portas abertas. Os grandes inimigos são, por isso, os diversos governantes e as diversas organizações pró-imigração/invasão.

IS - O que pensa pessoalmente dos mesmos?

JPC - Respondi parcialmente na questão anterior. Penso que, tal como disse, a imigração é um fenómeno de todos os tempos.

Nada temos contra um imigrante se for pessoa honesta e respeitadora, mas não podemos tolerar que haja imigrantes que não respeitem ou que hostilizem o país que os acolhe. Além disso, nunca podemos prejudicar o nosso povo em nada por via da imigração.

Sucede é que o fenómeno da imigração dos últimos anos, já deve ser classificado como invasão. Isso é grave e perigoso. Quer exemplos? O salário mínimo nacional continua irrisório pelo facto de haver mão-de-obra escrava por parte dos imigrantes, o que prejudica o povo e apenas serve uns capitalistas-selvagens; o desemprego e a falência são uma constante por causa, justamente, dessa concorrência "por baixo"; o comércio tradicional está destruído e o comércio desleal chinês prolifera a uma velocidade assustadora; a criminalidade disparou e não nos digam que os portugueses mudaram de brandos para violentos dessa maneira…; o multiculturalismo promíscuo está a corroer a estrutura cultural de um povo; a demografia não cresce, por falta de incentivos às famílias, sendo que o povo português está a envelhecer e a ser substituído por gentes estranhas, que em muitos casos não só nada têm a ver connosco, como ainda por cima nos desrespeitam, etc.

Há 2 anos atrás o PNR fez uma campanha, intitulada "Portugal envelhece e morre" que referia justamente este tipo de problemas. Advertíamos já então para o perigo real de nos tornarmos minoria dentro da nossa casa. Isto é inaceitável! Não podemos consentir no suicídio de uma Nação, patrocinado, ainda por cima, com o dinheiro dos nossos impostos!

Será que este sistema irresponsável, – governantes e organismos – não aprendem com o vandalismo dos "jovens" em França, ou com o terrorismo levado a cabo em Londres, por "ingleses" muçulmanos? Não aprendem com o Kosovo e com a Bósnia?

Só os Nacionalistas saberão pois, inverter o rumo nefasto dos acontecimentos.

Fica então claro que nada temos contra a imigração ou algum imigrante em particular. Temos isso sim, e muito, é contra a invasão, ocupação física e desrespeito dos invasores e dos responsáveis por essa invasão.

IS - Portugal vive uma crise de ética e de valores. Pensa que os mesmo se têm vindo a perder com o aumento do multiculturalismo?

JPC - As questões anteriores, acabaram de certa forma por focar este aspecto. Quero no entanto, concretizar, alertando para os dois grandes perigos que afligem Portugal e as restantes pátrias europeias: a mundialização capitalista e a mundialização multicultural.

São estas duas formas de internacionalismo – artificial e arbitrário – que se digladiam contra o Nacionalismo – natural e genuíno – e que ameaçam a continuidade e harmonia das nações europeias.

Por um lado o liberal-capitalismo, cuja única ideologia é o cifrão e a avidez pelo lucro, cilindra tudo o que encontra pela frente e arrasa valores e tradições, para que, através da massificação e intoxicação mental do povo, derrube toda e qualquer barreira que se oponha aos seus negócios. Basta vermos a hipocrisia dos "civilizadíssimos" ocidentais, sempre tão cheios de direitos humanos, mas que não hesitam em deslocar as empresas para o extremo oriente, explorando a mão-de-obra que trabalha em condições infra-humanas, destruindo também o tecido produtivo e laboral do próprio ocidente. Basta para isso observarmos o comércio tradicional português a fechar para dar lugar aos chineses, a pastelaria de bairro e o pequeno restaurante do bitoque com "ovo a cavalo" a dar lugar ao hambúrguer, a campanha fortíssima da publicidade a impor dias de namorados e halloweens à força, e por aí fora.

Por outro lado, o multiculturalismo, que em vez de dar relevo e valorizar as características específicas de cada povo, as suas mais-valias e a sua cultura – que são justamente os factores que, por tornarem esse povo único, serão uma salvaguarda para que tenham o seu "lugar" no concerto das Nações e a tão falada competitividade – apostam na diluição criminosa de povos, culturas, etnias e nações numa amalgama incaracterística, fraca e confusa.

Assim se percebe como o internacionalismo de "direita" – o capitalismo – e o internacionalismo de esquerda – o multiculturalismo – andam de mãos dadas, como aliados, numa tarefa de mundialização que elimina as diferenças entre as nações, massifica os povos, anestesia as vontades e destrói a capacidade de defesa desses mesmos povos.

Isto significa que a destruição dos valores e a política de tábua rasa, consubstanciada na ditadura do relativismo, é obra destas duas vertentes internacionalistas, onde a imigração (migração/invasão) é apenas uma das faces.

O Nacionalismo, que luta pelos valores, pelas raízes, pelas diferenças e pelas virtudes, é por conseguinte o único inimigo deste sistema, deste monstro de duas cabeças.

Isto explica o porquê da perseguição e diabolização generalizada aos Nacionalistas, levada a cabo pelo sistema. Eles sabem bem que, ou nos aniquilam ou a prazo serão desinstalados e vencidos.

IS - Um dos estandartes do PNR é alterar a lei da imigração.O que fariam em concreto?

JPC - Naquilo que se refere à atribuição da nacionalidade portuguesa, que é o aspecto mais perigoso da imigração, importa mudar a lei e instituir o "jus-sanguini" como critério, isto é, o BI português não é dado a quem o requer – motivado, sabe-se lá por que interesses e objectivos – mas apenas por herança. A nacionalidade, seja ela portuguesa ou outra, no nosso entender, não se compra nem negoceia: herda-se! Do mesmo modo o seu e o meu sangue, o seu e o meu nome também se herdam, não se adquirem de outra forma.

No que respeita à imigração em concreto, há vários graus na hierarquia das prioridades. Em primeiro lugar (e defendendo nós a ideia de que já temos imigrantes a mais) seria imperativo congelar a chegada de mais imigrantes. Não entra mais ninguém! A par disso haveria que se repor as nossas fronteiras, saindo do chamado espaço Schengen.

Em segundo lugar, repatriar todos os imigrantes ilegais e também os que, estando legais, se dediquem ao crime ou que de alguma forma desrespeitem o país que os acolheu.

Por último, mais demorado e complexo, tratar-se-ia de negociar o regresso aos seus países, daqueles que optarem por o fazer a bem, sempre que se verifique que a sua presença é excessiva ou de alguma forma prejudica os nacionais. Explico-me: há certos sectores laborais e certas zonas do país que necessitam de mão-de-obra, não encontrando oferta por parte dos portugueses. Isso é real. Mas em contrapartida, nomeadamente nas grandes cidades, há muitos imigrantes a tirar o posto de trabalho a um português.

Seria preciso pois, um estudo sério das reais necessidades do país e do impacto imigracionista. Só com a casa arrumada (dentro do possível) e com esse levantamento de necessidades, é que então se faria constar noutros países, através dos meios diplomáticos (servem também para isso, certo?), das nossas necessidades, estabelecendo cotas e prazos de duração dos trabalhos. É importante que não se confunda imigração que possa ser útil às duas partes, com a invasão que, em última análise é prejudicial a todos.

IS - Se pudesse tomar 5 medidas imediatas em relação ao nosso pais quais seriam?

JPC - No estado calamitoso em que nos encontramos, quando o cerne da questão é uma profunda crise de valores, é extremamente difícil apontar 5 medias entre tantas.

A reconquista da educação, dos valores humanos, sociais e nacionais, é fundamental e objectivo último. É urgente mudar a nível de "atitude", mas claro está que são necessárias mil e uma medidas concretas e com carácter de urgência.

Eu tenho aversão ao discurso demagógico e mentiroso, bem ao estilo de certas campanhas eleitorais. Não gosto por isso de evocar medidas que possam soar a grande aldrabice e que possam ser irrealizáveis num curto ou médio prazo, mas sim em objectivos prioritários (os quais envolverão medidas específicas a serem estudadas no concreto).

Assim sendo, elegeria talvez estas seguintes áreas/objectivos onde houvesse uma prioritária tomada de medidas.
1 - Rever a política demográfica: combater o envelhecimento do povo português, combater a desertificação do interior, apoiar a natalidade de portugueses, sobretudo nos locais desertificados, fechar as portas à imigração e repor as fronteiras;

2 - Moralizar as instituições: cortar drasticamente o despesismo público em tantas inutilidades, interesses sectários e mordomias, quer a detentores de cargos, quer a instituições, utilizando esses meios no apoio às famílias e aos reformados;

3 - Reanimar o tecido produtivo nacional: proteger o tecido empresarial nacional e por conseguinte o emprego e os trabalhadores. Garantir salários mínimos condignos e benefícios fiscais para as empresas portuguesas, nomeadamente aquelas que garantam mão-de-obra nacional e sobretudo que contribuam para a fixação e retorno das pessoas em zonas do interior;

4 - Apostar nas energias alternativas: tornar Portugal o mais independente possível em termos energéticos, aproveitando a imensa potencialidade geográfica, os mares, e estudando seriamente as vantagens da energia nuclear.

5 - Restabelecer a segurança: combater de forma eficaz a criminalidade, com determinação e vontade política de o fazer. Garantir a eficaz actuação por parte das forças da ordem e a consequente actuação por parte da justiça. Devolver a dignidade aos polícias, munindo-os de meios e devolvendo-lhes autoridade.

IS - Muitos camaradas acusam o PNR de ter falta de ambição e atitude, quais são as vossas limitações?

JPC - Camaradas? Duvido que haja Camaradas com essa postura… Se têm essa postura é porque não são Camaradas.

A meu ver, um verdadeiro Camarada é aquele que comunga da mesma cosmovisão – e repare que dentro dela cabem naturalmente diferentes pontos de vista quer a nível ideológico, quer a nível estratégico – sabendo que ela é unificadora e se centra em pontos firmes, comuns, que estão acima de eventuais divergências; além disso, é aquele que vive em total fidelidade e espírito de Corpo.

O Camarada não abandona outro Camarada seja em que circunstância for! Um Camarada não critica outro Camarada nem o trabalho por ele desenvolvido.

Perguntar-se-á pois, se todos os Camaradas estão sempre em acordo e animados. A resposta é obviamente, não. Mas deixe-me que lhe diga que tenho Camaradas que, estando descontentes ou reticentes em relação a determinadas circunstâncias, preferiram recuar um pouco e manter uma certa distância, mas não criticam. Não são destrutivos e corrosivos. Conheço uns quantos nessas circunstâncias e considero-os Camaradas a sério, pois têm mérito e mantêm-se fiéis, pelo menos à ideologia.

Quanto aos que acusam de falta de ambição e de atitude, se é que os há, ou se forem verdadeiros Nacionalistas, então que ajudem o PNR com a sua parcela de esforço e sabedoria, ou então que se mantenham calados.

Sempre defendi que todos fazem falta; que todos podem ser úteis; que todos têm um lugar no Partido. Nesse sentido, aceito e oiço as críticas positivas de quem está "de dentro" – quer concorde quer não – mas não posso é aceitar constantes críticas dos "treinadores de bancada" que não estão dispostos a mexer um dedo pela Causa. Esses não têm autoridade para se pronunciarem sobre aqueles que tanto arriscam na defesa da sobrevivência da Nação. Esses, em suma, não são Camaradas.

Quanto às nossas limitações, são, como se calcula, de vária ordem. Mas com vontade e empenho de muitos, a prazo, se irão resolvendo. Quem faz o que sabe e o que pode a mais não é obrigado, e quem critica, pense mas é em vir ajudar e suprir as limitações…

IS - É possivel auxiliar o PNR sem ser com apoio ecónomico?

JPC - Sim! Naturalmente que sim. Há várias formas de o fazer: votar, divulgar a mensagem, comparecer e participar em actos públicos, ajudar em acções de propaganda, ingressar em listas de candidatos aos actos eleitorais, e naturalmente… contribuir financeiramente…

Importa que os Nacionalistas e Patriotas se mentalizem que Portugal precisa urgentemente de um Movimento Nacionalista forte, de um Partido Nacionalista forte, de Dirigentes Nacionalistas determinados e corajosos que personifiquem o rosto visível de uma multidão de verdadeiros portugueses. Mas infelizmente, ainda há pessoas que pensam que "os outros" é que farão todo o trabalho e suportarão todas as dificuldades… É fundamental que cada um pense seriamente no que pode fazer pela causa, que afinal também é a sua e é a única esperança sã e regeneradora para a geração dos seus filhos e dos seus netos.

IS - O que é a juventude Nacionalista?

JPC - É o organismo juvenil do PNR, à semelhança de qualquer organização política.

Era uma lacuna importante no nosso Partido, a qual me propus suprir ao assumir a Presidência. No nosso caso fazia uma falta muito especial, pois que, a meu ver, o futuro de Portugal passa pelo Nacionalismo e o futuro do nacionalismo passa pela Juventude.

Contamos com todos os Nacionalistas, seja de que idades forem, mas a verdadeira esperança reside na formação de uma Juventude que demonstra uma apetência natural para a Causa Nacionalista. No actual momento político, económico e social de extrema decadência e injustiça que Portugal e a Europa atravessam, existe uma natural reacção por parte de juventude desperta, que é por natureza rebelde e inconformista, embora generosa e idealista, e da qual uma boa parte tem notórias simpatias pelo PNR e pelas suas ideias.

Os jovens de hoje, são os homens de amanhã, e nós Nacionalistas, não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar e passar ao lado deste imenso potencial humano.

Se não os cativarmos, doutrinarmos e mobilizarmos hoje para o nosso combate, uma coisa é certa: a imensa maioria deles perder-se-á definitivamente para outros partidos ou para um eterno encolher de ombros burguês e de indiferença em relação aos destinos e descaminhos da Nação.

Encomendei então, esta missão de constituir e dirigir a JN, ao Filipe Baptista e Silva, em quem vi as qualidades fundamentais para tal empresa: juventude, determinação, formação política e cultural e uma enorme capacidade de trabalho.

Passados seis meses, sinto-me muitíssimo satisfeito perante uma aposta que foi ganha. O Filipe, secundado pela Rita Vaz e pelo Emanuel Guerreiro, tem feito um excelente trabalho e os resultados estão à vista.

IS - Qual é a relação da mesma com o PNR?

JPC - A mesma entre pais e filhos. O PNR é o Partido, é a instituição. E dele nasceu a Juventude… A JN não tem personalidade jurídica autónoma nem tão pouco ideológico-política. Ela é uma "segmentação" própria dentro do Partido, dependendo da direcção nacional do partido e da linha ideológica do partido.

Não é isso que se passa com os filhos jovens? São parte integrante da família e dependem dos pais; respeitam-nos e obedecem-lhes.

Os pais, por seu lado, têm nos seus filhos todas as esperanças, sendo estes as "meninas dos seus olhos". Os pais educam-nos, formam-nos e acarinham-nos.

Claro está que a Juventude, pelas suas características, terá uma postura própria e peculiar em relação à intervenção na política. Espera-se dela atrevimento, ousadia, rebeldia e graça em relação à sua intervenção social e transmissão da mensagem Nacionalista, mas também que seja inovadora, vanguardista e combativa.

Esta Juventude, sendo rebelde e ousada na forma, é disciplinada e virtuosa na alma. Cultiva assim o espírito de serviço, ordem, disciplina; cultiva os valores, a identidade e a tradição. Jovens de alma sã em corpo são, combatendo com espírito de Camaradagem pela Nação que é sua, é justamente aquilo que se quer da Juventude Nacionalista.

A nível prático e organizativo, no que respeita a enquadramento institucional – base de dados, cotas, colaboração – um jovem entre os 14 e os 18 anos, só pode pertencer ao quadro da JN; entre os 18 e os 26, pode optar pelo enquadramento na JN ou no PNR, ou ambos, sendo que neste caso paga as cotas das duas "organizações" e colabora em subordinação aos dirigentes de núcleos de ambos. A partir dos 26 anos, dá-se a passagem automática da JN para o PNR.

IS - Por fim que mensagem quer deixar aos leitores deste blog e todos os jovens em geral, nacionalistas ou não?

Não aceitem o "pronto a pensar"! Não aceitem de modo acrítico e "carneiro", as "informações", as "verdades", os "estudos" e os "números" que o monstro do Sistema nos impinge diariamente.

Pensem pelas vossas cabeças! Questionem as posições oficiais da ditadura do pensamento único, associem vivências, experiências, informações diversas e formem as vossas convicções.

Não se resignem e acomodem egoisticamente. Lutem e entreguem-se por valores elevados e nobres. Prefiram uma vida cheia e intensa, ainda que breve, a uma vida rendida e acomodada, subserviente, submissa e cheia… de vazio, mas longa…

Não cedam terreno perante os inimigos da Nação e dos valores e não se conformem com teorias do "mal menor". O mal é sempre mal; e de mal menor em menor, ao fim de algumas décadas encontramo-nos no pior dos males: a ameaça da perda da identidade, da sobrevivência enquanto Povo e Nação, a ameaça da perda da memória colectiva e das raízes.

Reajam! Não virem a cara ao combate! É agora ou nunca! Quanto mais tarde, pior.

O futuro da Nação Portuguesa depende de um pouco de cada um de nós, mas de todos nós!

Não deixemos que a Mãe-Pátria sofra mais e morra.

Os filhos da Nação são agora chamados à revolta e à sua defesa!

Portugal não morrerá!

É a hora!


In Blog In Silencio

7 comentários:

Anónimo disse...

Porquê um post com uma entrevista ao sr.Pinto-Coelho ?

Mestre de Aviz disse...

pq nao?

Anónimo disse...

Pq vem um pouco fora do tempo...Já foi publicada e bastante divulgada por outros blogs...

Mestre de Aviz disse...

eu sei, mas so a li agora e achei que ate nem estava ma, por isso decidi po-la aqui.
Cumprimentos

Ze do Telhado disse...

Nunca é de mais divulgar uma voz no movimento, mesmo que o nosso blog não tenha qualquer ligação partidária, jamais despreza uma das vozes mais importantes e activas do movimento.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Nunca votei no PNR, mas nas próximas eleições vou votar, já que nenhum outro partido tem a coragem de dizer certas verdades.

Anónimo disse...

Vão-se foder. Vcs parecem comunistas. Ó Pinto-Culhão, vai pró caralho!!!!