sábado, fevereiro 11


"No Ocidente é assim, na Arábia Saudita é assado"

O texto não é da autoria de nenhum dos elementos do blog, mas como achei de interesse e relevante toda a problemática referida, julguei importante transcrevê-lo na íntegra. A sra.Carmo da Rosa não tem qualquer ligação com o blog a não ser a opinião coincidente que tão bem soube explicar. Passemos ao texto:


"No Ocidente é assim, na Arábia Saudita é assado!

Qual é o fundamento da questão nesta história dos ‘cartoons’ de Maomé? Na maioria das discussões a que pude assistir em diferentes países (Holanda, França, Bélgica e Inglaterra), entre representantes da comunidade muçulmana e outros sobre esta temática, a impressão que prevalece é tratar-se de um diálogo de surdos. É mais do que evidente que a idade-média não se pode encaixar no nosso tempo. Não podemos voltar à discussão do sexo dos anjos! O fulcro desta questão é tão grosseiro e tão evidente que há muita boa gente que o não vê. A indignação selectiva do muçulmano é claramente uma bem orquestrada manobra política do islamismo ideológico para alimentar a fúria popular, com a finalidade de preparar as hostes para a Jihad, a guerra-santa. Nem mais nem menos. E até agora têm tido, pelo visto, bastante sucesso.

Os cartoons publicados em Setembro de 2005 no jornal dinamarquês, teriam, sem esta orquestração política, passado completamente desapercebidos. O número de muçulmanos que lêem o Jyllands-Posten é quase inexistente! A mesma coisa se passou há uns anos atrás com o escritor Salman Rushdie. Sem a fatwa do íman Khomeiny, apoiada pela gritaria histérica produzida pela reaccionária vanguarda muçulmana radicada na Europa, apenas um relativo pequeno número de pessoas (em todo o caso poucos muçulmanos) teriam lido os Versículos Satânicos. Depois da instrumentada indignação o livro tornou-se um best-seller. E após as enormes manifestações de indignação fingida, houve mesmo analfabetos dispostos a queimar o livro e a matar o autor. A mesma coisa na Holanda em relação ao filme Submission (de Theo van Gogh). Que mais não era do que uma artística curta-metragem engagée, que normalmente só é vista por um público muito restrito (estilo canal 2). Mas com uma forte dose de fúria absurda, estimulada por muçulmanos que vivem entre nós – e que nós julgávamos estarem já socializados – não é muito difícil encontrar um fanático disposto a assassinar o cineasta e a obrigar a escritora do guião a passar o resto da vida protegida pelas autoridades.

A estratégia é simples mas eficiente. Trata-se de canalizar a muito dividida comunidade muçulmana na mesma direcção – da Meca. Porque na realidade só existem três temas que conseguem o uníssono da totalidade da umma (comunidade islâmica) com vista a uma possível guerra-santa: Israel, os Estados Unidos e os ideais seculares do ocidente.

Sem inimigo comum, os chiitas no Paquistão são abatidos pelos sunitas (e vice-versa) como coelhos, e fazem-no, se necessário, no interior das mesquitas. A mesma coisa no Iraque, em que nem os lugares santos são poupados. Um bom chiita é um chiita morto, não importa onde ele se encontra, assim pensa o sunita. Na Palestina não vai durar muito que o Hamas comece a cortar o pescoço aos tipos da Fatah, ou ao contrário, a Fatah que …. E se a matança vai ter lugar à porta ou dentro da Mesquita da Rocha, no ardor da luta o muçulmano não pensa muito nestas coisas. Mesmo Meca durante o Hajd (peregrinação) não foi poupada, quando em 1979 as tropas sauditas tiveram que travar ferozes combates com carros de assalto contra rebeldes ainda mais fundamentalistas (é possível!?) que as autoridades locais. Balanço, aproximadamente mil mortos. Para se ver livre dos rebeldes entrincheirados nos subsolos da grande mesquita, a monarquia saudita teve mesmo que recorrer a uma unidade anti-terrorista francesa. (Picante detalhe, antes dos franceses entrarem em acção foram convertidos (temporariamente) ao islamismo para poderem penetrar nos lugares santos do Islão! Tiveram mesmo que recitar a chaada na presença de um íman: ‘Só há um Deus, e Maomé é o seu profeta’. Nesta flexibilidade que o muçulmano demonstra quando lida com o Sagrado, vejo um paralelo com os casamentos ad-hoc que se celebram no Irão para sancionar religiosamente uma visita ao prostíbulo…)

Daqui se conclui que o muçulmano tem normalmente menos escrúpulos em relação ao Sagrado que o ocidental, e certamente muito menos respeito do que aquilo que nos querem fazer acreditar.

Mais alguns exemplos. O atentado ao Papa João Paulo II em 1981, perpetrado pelo turco Mehmet Ali Agça, não deu origem a grandes manifestações nos países muçulmanos, nem tampouco foram incendiadas embaixadas! E toda a gente está ainda bem lembrada da milenária imagem de Buda de 55 metros de altura que os Talibans em 2001 fizeram explodir, apesar das súplicas da UNICEF e dos países ocidentais! Ou então os cagalhões e os restos de comida espalhados à volta do altar da Igreja da Natividade em Belém, que refugiados Palestinos lá deixaram em 2002!

Tendo em conta este currículo não é muito difícil constatar que os muçulmanos fazem prova de uma grande elasticidade de princípios (religiosos), e se existem muçulmanos que não aceitam a liberdade de expressão, é porque simplesmente NÃO A QUEREM. E durante as centenas de discussões televisivas sobre este assunto - que já foram feitas, e nas que de certeza ainda hão-de vir - é preferível ao ocidental ser menos paternalista e limitar-se a dizer: no ocidente é assim e na Arábia-Saudita é assado. Ponto final.


Carmo da Rosa
8 de Fevereiro de 2006"

9 comentários:

Anónimo disse...

R E C O N Q U I S T A - desenganem-se aqueles que pensam que o fundamentalismo islâmico so acontece aos outros. Estamos em guerra. Ás armas povo Cristão.

Mestre de Aviz disse...

Acho que não se pode ser tao radical neste aspecto. Se por um lado os Ocidentais têm razão, que eu acho que têm, também não deviam ter provocado os muçulmanos, pois a liberdade de expressão existe, mas é limitada e esse povo extremista e fanático é facilmente provocado e os resultados como se sabe não são os melhores!

Anónimo disse...

Estás a esquecer-te que o problema é esse mesmo. É de se ter criado entre os Ocidentais a moda que~temos de ser subservientes dos muçulmanos. Eles estão a invadirnos aos poucos, estão a conquistar-nos e nós permitimos. Não sou um fundamentalista mas tenho consciencia no presente e estou preocupado com o futuro. Os islâmicos apenas usaram este tema pratcamente inofensivo das caricaturas para, de forma audaz mas psicopata, fazer propaganda negativa e promover o ódio contra o Ocidente. Um pouco de coerencia é o que se pede a todo o povo cristão. Abram os olhos.

Cumprimentos e continuação de bom trabalho

Mestre de Aviz disse...

Não vejo as coisas desse modo. Acho que os muçulmanos nos estão a invadir porque nós damos aso para que tal aconteça. Se vivermos todos em paz uns com uns outros, sem provocações, nada disto aconteceria.

Anónimo disse...

A questao é que não houve provocação. Houve sim uma caricatura inofensiva da realidade. É verdade que os muslims sao intolerantes e que o Islao é um barril de polvora. Nao vale a pena sermos falsos moralistas. Claro que nao estou a apelar a guerra, mas acho que temos de salvar o que é nosso e nao podemos permitir faltas de respeito por causa de caricaturas que apenas dizem a vdd. Alias esta a vista. Se nao fosse um barril d polvora eles nao tinha explodido cm explodiram.

Mestre de Aviz disse...

Mas é obvio que são um barril de polvora. Mesmo por isso é que acho que não há necessidade daquelas caricaturas. "Quem se mete com o fogo, queima-se!". No entanto sou completamente contra a revolta muçulmana. Para mim, se eles não existissem o Mundo era bem melhor, mas como existem, temos que viver com as suas limitações, tanto racionais como religiosas.

Anónimo disse...

Isso ja é um discurso diferente. Mas as caricaturas nao foram uma provocaçao. Foram simplesmente uma ilustrão para ocidentais, ilustrando a verdade em forma de sátira. E penso, por isso, que não podemos tolerar a atitude deles perante o Ocidente, mais precisamente perante o povo Cristão. Há uma cede de sangue por parte dessa escumalha e se querem sangue vamos dar-lhes, mas bebem o deles proprios.
So os fracos capitulam e nós nacionalistas nao podemos ser fracos.

Cumprimentos camarada

Anónimo disse...

*ilustração

Mestre de Aviz disse...

Eu continuo a achar que a liberdade de expressão tem limites e que as caricaturas foram, nao sei se propositadamente, uma provocaçao. Não é que para nós algo semelhante nos ofendesse, mas para aquela "gente", qualquer coisa os ofende e é por isso que considero que estes actos não devem ser feitos. Agora, a violência por parte do Oriente é totalmente inconcebível. Como diz o meu Pai, "era uma bomba e acabava-se com a história!"

Cumprimentos