quarta-feira, junho 7


Vencer com Welch


"Não é caso de um deslumbramento pacóvio diante de um estrangeiro, mesmo tratando-se ele de um gigante na história dos negócios e da gestão. Sucede que Jack Welch cultiva realmente as três grandes qualidades que, porventura mais faltam a Portugal, para ser um país mais próspero e ter uma sociedade bem sucedida: franqueza, simplicidade e mérito.
Primeiro o mérito. O «gestor do século XX» que transformou a General Electric num dos maiores colossos empresariais de sempre foi, nos 20 anos da sua presidência, um dos homens poderosos do mundo. Mas, quando nasceu em Massachusetts há 71 anos, não nasceu rico.
Talvez por isso ficou um fanático do mérito. Por experiência própria. E também implacável para aqueles que ficam para trás.
É bem conhecida a política de diferenciação que criou na GE, para medir o desempenho de todos os trabalhadores e gestores.
Eles era arrumados em três classificações possíveis. No topo «cabiam» 20%. No nível intermédio, a maioria, 70%.
Os restantes 10% sabiam, de antemão, que só tinham duas opções: ou subiam, ou subiam. Cruel? Impossível na nossa cultura?
Verdade e verdade. Em Portugal a cultura é outra. Nivelamos tudo pelos 70%. Quem está abaixo da média, paciência. E é àqueles que se destacam, os tais 20% do topo, que se tenta cortar a cabeça.
A cultura do mérito é invejá-lo. Se lucra muito, então é suspeito. Se está em dificuldades, o Estado subsidia. Welch perguntava ontem à chegada a Lisboa «o que está a amarrar o vosso crescimento ao chão?»
A resposta é, entre outros motivos, a mediocridade dominante, esta mentalidade geral que, na vez de promover os vencedores, tudo faz para descobrir a razão que o irá derrubar. O espaço que falta para acabar este editorial não seria suficiente para comprovar esta tese com os exemplos que conhecemos de cor.
Penso que basta lembrar a bizarra discussão que, com frequência, salta para a opinião pública, sobre as supostas remunerações milionárias que certos gestores ganham em Portugal. E a demagogia fácil que, na vez de procurar nos resultados a explicação (ou a sua ausência), cai na comparação perversa com os salários miseráveis do trabalhadores mais pobres.
Por causa do encontro ontem promovido pelo Presidente da República com os directores dos principais jornais, provavelmente será este um dos editoriais do dia que não é dedicado ao combate às assimetrias sociais. Que são cada vez mais fortes e chocantes.
Quem diria que Welch trazia um contributo, involuntário, a esta nobre causa de Cavaco Silva. Premiar os mais capazes é a única forma conhecida para gerar riqueza e empregos. Estúpido é pensar que os pobres acabam com a redistribuição da pobreza.
«A minha única mensagem para os portugueses é que vencer é bom para toda a gente», assim resume Welch. Com simplicidade.
Tudo na vida pode tornar-se simples. Basta não complicar. Portugal está «amarrado ao chão», não por não simplificar o que é complicado, mas por complicar o que é simples.
Evidentemente que tudo o resto é uma derivação. A ambição de ser o número 1. A disponibilidade constante para a mudança. O extermínio dos arcaísmos que ainda são o terreno fértil para os nossos burocratas. E a franqueza. De assumir que os vencedores devem ser estimulados. Para pagar os impostos que o Estado precisa, para que nunca falte aos que dele realmente necessitam."
Sérgio Figueiredo
In Jornal de Negócios, 26/5/2006

8 comentários:

Anónimo disse...

Isto aqi é o Jornal de Negocios ou Imperio Lusitano? Ja me parece um pouco abusivo publicar textos na integra. Façam uma pequena referencia se acham interessante com o devido aditamento por link, agora publicar textos enormes que nao sao da vossa autoria é abusivo. Pequenos excertos toleram-se, textos na sua totalidade é roça o plaço.
Tinha-vos em melhor conta...

Anónimo disse...

*plagio

C disse...

CONVITE DIA DE PORTUGAL

www.passaleao.blogspot.com

Anónimo disse...

"A nossa responsabilidade para com a Vila é criar o superior, não reproduzir o inferior"

Kitéria Bárbuda dirigindo-se aos novos cadetes no Dia 28 de Maio, Dia do Paço Arquiano.

www.territoriolivre.com.sapo.pt

Anónimo disse...

cabeças de pila!

Anónimo disse...

Ta certo...

Mestre de Aviz disse...

Já nao via este nome escrito há muito tempo. Estou a ver que nada mudou ali em relação ao Sr, Kiteria Barbuda.

Anónimo disse...

voces metem nojo