quarta-feira, dezembro 13


Direito à vida, direito à morte? - Parte II

Querem-nos fazer acreditar que a sociedade é hipócrita, se as mulheres abortam, mesmo ilegalmente, mais vale legalizar o aborto para que todas o façam em condições. Pois devemos ter pena destas pobres mulheres que coitadas se sujeitam a um processo doloroso, que deixa sequelas físicas e psicológicas, e desgraçadas, ainda incorrem em perseguição policial. O problema deve ser da lei, logo muda-se a lei.

O problema não é da lei, esta está bem e serve como guia Ético, do Bem ao invés do Mal. Ao alterá-la estamos a dizer que aceitamos que se acabe com a vida humana no ventre materno, que para a nossa sociedade a vida não tem importância soberana e a vontade da mulher supera o valor da vida que carrega porque o corpo é seu.

A vida que tem dentro é menos valiosa que a dela? Ou pior, que a sua vontade?

Sendo o Direito algo que nos deve assistir a todos de igual forma, traduzindo-se em todos, ou nenhum poderem colher uma vida por conveniência, é mais que óbvio que racionalmente e sem incorrer em contradição, esta lei nem sequer deve ser ponderada. Logo a única defesa que uma lei tem é emocional? Vejamos.

Dizem-nos para termos pena de pobres mulheres com apoio social como nunca outras mulheres de outras gerações tiveram, que vivem numa sociedade em que já não se morre de fome, na qual a vida é facilitada, ficando em ultima instância a criança ao encargo do Estado. Temos que sofrer por estas mulheres que por não serem tão afortunadas como outras não se acham no dever de ter a criança que conceberam?

O Estado investe recursos na formação e divulgação, em campanhas publicitárias e pessoal especializado em planeamento familiar, o problema que se punha à trinta anos da desinformação já não é um fantasma que paira sob o povo de Portugal. Existem várias formas de contracepção incluindo a recém-chegada pílula do dia seguinte. Mas nem isso tudo chega, precisamos do aborto como forma de contracepção.

Porquê? Porque um casal que não ligou ao que lhe ensinaram desde pequenos, que não utilizou os recursos de contracepção e mesmo assim não se preocupou em usar a pílula abortiva, deve ter o direito legal por vontade da mãe apenas (se o pai quiser e a mãe não, já não tem direito) de acabar com a vida da criança.

A razão: temos que ter pena das pobres mulheres que não têm dinheiro para fazer um aborto ilegal em condições ou ir a Espanha.

A responsabilidade nem nos passa pela cabeça, não se responsabiliza ninguém, antes pelo contrário facilita-se tudo, para que seja mais fácil tirar um filho que um dente no Sistema de Saúde Português.

Porque não legalizar tantos outros crimes que poderiam melhorar a vida de outros portugueses. Como a droga, a prostituição ou mesmo o furto, porque nem todos temos o mesmo acesso à saúde, educação ou bens de consumo e com o dinheiro roubado mas obtido legalmente podíamos aceder ao de melhor que o mundo tem para oferecer. Como faríamos felizes os que vivem a sua vida à custa de prejudicar os outros legalizando as actividades criminosas a que se dedicam.

Concentrar as atenções na mulher, é um erro falacioso no caso do aborto, a questão aqui é a vida da criança, pois os pais não têm desculpa para a irresponsabilidade, e devem assumir as consequências dos seus actos como qualquer cidadão noutra situação do seu quotidiano.

Retomemos então à questão da vida. Exposto agora o ridículo que é legislar com base em emoções irracionais, e que se apoiam na leviandade e irresponsabilidade, torna-se mais difícil entender que razão leva os nosso cultos e irradiantes líderes a ponderarem o aborto.

Procuremos as posições que os defensores do aborto tomam em relação à vida:

1 - Humana

- São contra a pena capital e a terminação da vida humana.

- São contra a tortura e violência física

- Acreditam na igualdade do valor dos Homens e da sua vida independentemente da raça, sexo, idade, posição social, estatuto económico, capacidade intelectual, debilidade física ou psíquica.

- São acérrimos defensores dos direitos da criança, da mulher e de todo o tipo de minorias.

2 - Animal

- Defendem a vida animal que não seja para consumo e subsistência humana, impedindo a pesca e caça de espécies como o golfinho, o lince ou o elefante. São contra a destruição de animais selvagens para fins que consideram bárbaros como o marfim, as peles ou a cosmética.

- Acreditam nos direitos dos animais apesar de não lhes atribuírem deveres como é normal contrapartida ao Direito.

- Acham monstruosa qualquer actividade lúdica que envolva esforço ou dor desnecessários para os animais, como as toiradas, as corridas ou lutas.

- São pela preservação das espécies e condenam a destruição dos ovos de tartaruga, a colecta de ovas, infantes e juvenis das espécies, assim como a utilização dos seus fetos para experiências, cosmética ou farmacêutica.

Estas e muito mais posições não fazem muito sentido quando ao mesmo tempo se defende o término voluntário de uma vida humana. Não que ache sequer comparável uma vida humana à de um animal, mas se defendemos a segunda sem defender a primeira, então estamos a incorrer numa falta de lógica incontestável.

A primeira coisa que alguém deve possuir para poder argumentar sobre qualquer assunto deve ser a coerência Não podendo defender um tema com coerência e lógica, estamos a incorrer em patetice e a fazer pouca figura. O caso do aborto parece-me ser mais um caso desses, em que o discurso atabalhoado e patético camuflado por dialéctica popular e de fácil apelo ao coração dos incautos e desinformados, sem lógica nem continuidade com aquilo que noutras situações defendem, consoante, lá está, a conveniência. Que apenas se torna perigoso porque já tomou proporções desmedidas e o erro vai tomar a forma de lei.

Se estivéssemos a tirar linces da barriga da progenitora para fazer um casaco, seria o fim do mundo, da mesma forma que todos achariam ridículo matar uma criança recém nascida, mesmo anestesiados e sem sofrimento. Portanto dizer que a questão está no feto não ter terminações nervosas, coração ou não sofrer, porque ninguém aceitaria que mesmo anestesiados, nos livrássemos dos nossos idosos, inválidos, doentes, cães, patos ou tartarugas por conveniência.

Se não se trata de falta de respeito pela vida pois não matamos seres humanos após o nascimento por conveniência, e se a questão não é também o sofrimento visto não minorar a nossa repulsa a destruição da vida mesmo sob a acção de anestésico. Qual é então a única escapatória que estes senhores podem utilizar?

A vida só começa quando nos apetecer.

Para o caso a vida só começa a partir das dez semanas. Porquê ás dez, onze ou doze? Justificações falaciosas não faltarão. Mas o que é certo é que a vida começa na fecundação. Uma nova vida autónoma, que se torna independente ao fim de nove meses de gestação, mas que não tem menos valor no útero do que aos cem anos.

Esta é a vida a nascer – a fecundação biologicamente e moralmente concordante, a vida começa na união dos gâmetas, e interromper a gestação não pode ser um direito, porque para além de não cumprir a universalidade que deve ter o Direito, vai contra o direito que outro ser tem: a Vida.

Depois de extirpar racionalmente o assunto, sem aquilo que normalmente é considerado a turvação que causam os valores e a moral, não consigo encontrar qualquer justificação para ponderar sequer esta lei, quanto mais sujeita-la a um sufrágio de leigos toldados pela emoção irracional, ignorância total de leis, Ética e do que é o Direito ou mesmo a Vida.

O desrespeito pela vida e a atribuição a alguns, do direito sobre ela é um caminho perigoso que só terminará com um decréscimo gradual do seu valor, até que se possa trocar por menos de nada, e em qualquer circunstância.

E lembre-se que só leu isto porque a sua mãe não fez um aborto.

9 comentários:

Anónimo disse...

"E lembre-se que só leu isto porque a sua mãe não fez um aborto."
NEM MAIS. O vosso blog, sempre em grande. Força pessoal

Anónimo disse...

Em grande? São uma cambada de moralistas, hipócritas sem futuro. Somos o único país com uma legislaçao tao retograda na europa. Haja vergonha nessas caras pá. Abaixo o Fascismo!

Ze do Telhado disse...

Nem mais. Subscrevo o companheiro Augusto Emílio. Pretendo apenas acrescentar uma pequena e humilde recomendação ao senhor anónimo que parece transbordar de sabedoria. Por favor, cultive-se.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Olá! Não concordo com os autores deste blog, quando afirmam que, se uma pessoa não tem capacidade de se sustentar, não nos devemos preocupar: não, o nosso dever como cidadãos e patriotas é o de zelar para que todos possam ter direito a uma vida como a nossa. CONTUDO,é verdade que o nosso país é dominado por uma seita, que quer que todos os cidadãos tenham as mesmas ideias, os mesmos gostos. Querem o aborto. Aí, estou plenamente de acordo com este blog. Porque é que não podemos gostar de touradas? Somos livres, e quem quiser, não veja. O fascismo de direita é muito mau, mas as ideias de esquerda vão arruinar o Mundo. Deixem-nos ser como somos. Viva Portugal!

Anónimo disse...

Acharia importante que os senhores aqui do blog Império Lusitano publicitassem no resto da blogosfera os vossos textos sobre a temática do Aborto. São óptimas análises e excelente material de propaganda pró-Vida.

Não entendo como não têm sido mais referidos.

Continuem o bom trabalho.

Ze do Telhado disse...

Obrigado companheiro. No entanto não acho que o papel da publicidade calhe aos colaboradores. Nem nos ficaria bem. Mas obrigado pelo incentivo.

Saudações

Anónimo disse...

..... ui que queridos que somos todos. FDPS NAZISTAS

Anónimo disse...

Nazistas? Lool

O cára djevi sê brasilêro. Qui cánálha pô.

Amigo dos louçãs...só assim se explica a diarreia mental

Anónimo disse...

Viv a u abôrto k ax mulherx deven de ter direitu a faxer poix so axim è k à liberdade!!!!