terça-feira, janeiro 30


É simples


Em artigo de opinião,

"Ao fim de tanto tempo, o que ainda impressiona neste debate sobre o aborto é a quantidade de argumentos que se esgrimem e a falta de clareza da discussão. E, no entanto, o que está em causa é bastante simples. E o que não está, também.

Não está em discussão a prisão de mulheres que abortaram, porque não há, nem houve mães presas. Não está em discussão acabar com o aborto clandestino, porque onde se liberalizou o aborto, continuou a haver quem aborte clandestinamente. Não está em discussão o aborto em caso de violação da mãe, de malformação do feto ou de perigo de vida da mãe. Tudo isso já foi discutido e a Lei aceita essas excepções que a maioria das pessoas diz compreender.

Sobra uma única coisa que está de facto em discussão: às dez semanas há ou não uma Vida? Há. É um facto, não é uma opinião. Há uma Vida com dez semanas – que faz caretas, tem dentes de leite, impressões digitais e um coração a bater - a que só falta nascer e crescer. A pergunta que agora se faz é escolher se a deixamos nascer, ou se deixamos que a Lei diga que pode ser abortada, se a mãe quiser. Seja por que razão for.

Ora, ou é uma vida ou não é. Se é – e é – só podemos defender que viva. Não é possível, nem lógico, nem “moderado” dizer que é mais ou menos uma vida, que a mulher é que sabe se é vida ou não ou que só é vida se eu acreditar que sim. As coisas não são assim, às vezes as coisas são irremediavelmente mais simples.

Eu sei que há uma vida antes das dez semanas. Há quem não saiba, há quem desconfie e há quem tenha as suas dúvidas. Mas não há quem negue. Ora, na dúvida, só existem dois caminhos: não fazer nada ou tentar descobrir. Para tentar defender com lógica e razoabilidade o Sim é preciso dizer que isso de ser uma Vida não interessa, que não é isso que interessa. Está mais alguma coisa em discussão? Não."

Inês Teotónio Pereira
26 de Janeiro de 2007

6 comentários:

Anónimo disse...

e começarem a escrever em vez d estarem sempre a por textos dos outros? fodasse, assim tambem eu

Mestre de Aviz disse...

mande-nos um mail e nos respondemos. por aqui é melhor nao.

cumprimentos

Anónimo disse...

Será q estou errado?
Uma vida (porque está vivo ) com 1 semana ou10 semanas ou 10 anos ou 90 anos è uma vida em comutação porque è constante a nossa comutação.
Aborto legalizado è o assassinato legalizado, è permitido condenar à morte indivíduos até às 10 semanas de vida ( e matá-los ).
Com a despenalização de quem mata, quem beneficia? Em 1º lugar o estado (ou aqueles que lá trabalham com supostas responsabilidades) subtrai-se aum investimento de esclarecimento e apoio contínuo nomeadamento nas escolas,liceus,universidades (em cada estabelecimento de ensino alguêm que forneça a pílula do dia seg. por exemplo que esclareça e canalize quem precise) nas discotecas nos bares nas àreas de serviça das auto estradas.Aulas nas escolas e liceus sobre todos estes comportamentos apartir de que ano de momento ñ opino. O aborto legal ou ñ haverá sempre, ent~so que recorram a uma assistência médica legal mas tem de haver alguma penalização mas ñ só para mulher ELE tb deve ser penalizado. è claro que tudo isto dá uma grande trabalheira organizar. Por outro lado o estado com a legalização vai criar uma nova fonte de receitas,mais euros que vêm para o estado mais dinheiro para criar mais proveitos para quem lá "trabalha" e depois os médicos e por tabela a restante equipa um grande negócio em prespectiva.
Já agora se se pode matar até às 10 semanas vamos "despenalizar" quem mata "seres" vivos com mais de 90 anos tb já ñ sentem muito a prespectiva de vida anda tb à volta das 10 semanas. Quem os mata já ñ vai para a cadeia já poupa dinheiro ao estdo com as prisões e poupa nas reformas que deixa de dar. Mais dinheiro para o estado e que tal?

Anónimo disse...

O tema é díficil! Tanto o Sim como o Não tem as suas razões.
Está uma vida em jogo, é verdade, mas quantas vidas estão em jogo e não constituem discussão?
Acho que a discussão tem que se centralizar no Despenalizar ou não. Esta é a questão!
Qual a diferença entre abortar o fruto de uma violação ou o fruto de um acaso? Quem pode garantir que um deficiente seja infeliz ou que uma criança "normal", mas indesejada não seja feliz? Mas..... se for atirada para um centro de adopção ad eternum ou se crescer sub-nutrida e sem qualquer afecto? Põe-se a questão irá este ser humano transformar-se num marginal? Talvez sim talvez não. Se "não" óptimo, se "sim" tem que ser julgado, tem que ser preso, e porque não condenado à pena de morte????
É um referndo que julga e dita o que é correcto?
A realidade é esta: O aborto existe e sempre existiu e quem somos nós para condenar???
É clandestino, deixá-lo estar!! Também não concordo. Outros "desvalores" se levantam e há quem faça fortuna com isso sem ter que pagar impostos.
Portanto se o aborto existe, concordemos ou não com isso, então o que será melhor, deixar as coisas como estão, ou criar condições para acompanhar as grávidas, tentando dissuadi-las do aborto, avaliando simultaneamente as suas razões?
Talvez esta seja a melhor solução e talvez o número de abortos diminua pela tomada de consciência!
Perante estes argumentos acho que o mal menor será votar SIM

Anónimo disse...

Tb podemos votar não e criar condições para ajudar as mães -com mais creches, infantários,apoios a familias numerosas, etc -não me parece k seja incompativel uma coisa com a outra.Aliás não vejo este governo socialóide a propor nada disso, muito antes pelo contrário: fecham-se maternidades, vão fechar creches publicas,as mulheres continuam a ser penalizadas no trabalho por serem mães, a pilula contraceptiva deixa de ser comparticipada,...mas já é normal abrirem clinicas abortivas para as quais o estado já encontra dinheiro (nosso!!!).E já agora não posso deixar de referir que a Igreja católica ,k vota não, é quem mais apoia as mulheres sozinhas com os seus filhos, que suporta os abrigos para grávidas, etc.

Anónimo disse...

O Estado não tem dinheito- diz ele- para: aumentar ordenados, pensões, apetrechar maternidades,enfim para aquilo que são as suas obrigações. no entanto, nem pestaneja para abrir os hospitais ao aborto!hospitais esses, onde pessoas, realmente doentes esperam semanas, meses, anos, para verem resolvidos os seus problemas! Onde é que alguma vez a espera de bebé é uma doença? Onde é que o aborto não é um crime contra a vida?
Sempre que estes políticos têm ideias peregrinas, sou levada a pensar que ou eles, ou as mães, ou um tio, primo etc vai benificiar com a ideia. Tudo se resume a isto: o Estado não é uma pessoa de bem. É um merceeiro aldrabão que, com a sua esperteza saloia, rouba no peso, mas que infelizmente sobrevive a tudo.
Maria