quinta-feira, fevereiro 22


As aventuras de João Sem Medo

Numa ilha distante, muito a sul de S. Vicente vivia João Sem Medo. Cognome de bravura, reconhecia a sua audácia, prontificado para todos ajudar, na ilha que era a Madeira.
Fizeram-no Governador, jurando vassalagem ao reino e proteger com a vida os seus. Foi o que o viram fazer, durante as seguintes três décadas. O povo sempre o amou, pois a eles trouxe o bem, e de uma província inóspita, João fez um belo jardim. A fama do seu arquipélago chegou a todos os lados, vieram pessoas do reino e de outras nações distantes.
A sua brilhante façanha suscitou invejas no reino, e os governantes de Portugal, urgiram a atacá-lo. Habituados que estavam à cobardia, nunca esperaram resposta.
Mas João, Sem Medo de cognome, de todos se defendeu, a todos redarguiu, nunca se deixando calar. Como homem do povo, não teve punhos de renda, mas o que lhe faltava em etiqueta, sobrava-lhe em afoitez.
Do continente vieram, ofensas e ameaças. Imprensa e ministérios bradaram em coro os ataques. Até leis quiseram fazer, para afastar a imagem do homem que os fez ver a própria mediocridade.
Como último recurso cortaram a contribuição do reino a um povo de muito trabalho. João sem ouro e riqueza, não pôde cumprir com os seus, cortou laços com Lisboa, e deixou o pergaminho.
Agora vem à lei popular, pedir mais uma oportunidade, para lhes dar o que tem, e mesmo sem o ouro do reino, fazer florescer o jardim.

Patriota que elevou o seu povo, patriota que amou o seu reino, patriota que mostra a vergonha de quem nos governa o destino. Brejeiro é certo, mas patriota!

Bem-haja!

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