sexta-feira, fevereiro 2


O referendo e não o aborto

Este post terá dois pontos:


Paula Braz Machado, num seu texto constante no site http://www.assimnao.org/, desmistifica aquela que é, para mim, uma das mais absurdas e desprovidas de validade bandeiras do sim: a questão das condições de saúde para a mulher que incorre na prática do aborto. Resumindo, o que se refere neste texto é que se é verdade que são poucas as condições de saúde nos abortos chamados "de vão de escada", caso o sim vença estas condições não serão melhores para aquelas mulheres que decidam fazer um aborto depois das 10 semanas, uma vez que não estão contemplados na pergunta.



2.

Uma vez mais gostava de chamar a atenção para a enorme mentira que se tornou a campanha do sim, cheia de falácias, falsas moralidades sociais e atentados contra a inteligencia dos cidadãos portugueses. É preciso que todos saibamos ao que estamos a responder sim ou não. É, em minha opinião e após algumas semanas de muitas conversas, debates e leitura sobre o assunto, praticamente impossível chegar-se a concenso no que diz respeito ao aborto. Desisti, para já, de tentar fazer compreender, a quem aceita que se pratiquem abortos legalmente, a minha opinião sobre o assunto (sou fundamentalmente e por princípio contra todo e qualquer aborto - excepção feita aos casos em que a gravidez ponha em risco a saúde da mãe, física ou mental, ou a vida do nascituro). Mas esta é uma discussão para depois. Tratemos, agora, do referendo.

O que pergunta que vai a referendo dia 11 de Fevereiro diz é o seguinte: Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

(onde se escreve despenalização, leia-se liberalização)


Bom, é a esta pergunta que deve responder sim ou não. A nada mais!
Responder sim significa que, até às 10 semanas, qualquer mulher grávida poderá fazer um aborto legalmente sem invocar qualquer motivo de força maior ou sequer consultar o outro progenitor numa clínica particular ou hospital público. Responder não, por outro lado significa manter a lei actual (que prevê já três casos nos quais o aborto está despenalizado e que são, no meu entender, os únicos admissíveis) ou a possibilidade, como no resto da nossa legislação, de apresentação de propostas para alteração da lei.

Por agora e por falta de tempo, terei que me singir a este texto, brevemente alongarme-ei acerca do assunto

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