quarta-feira, fevereiro 7


Parece que o "menino guerreiro" foi substituído por um "engenheiro birrento"


Foi apresentada no parlamento, por defensores do não, uma proposta de revisão do código penal, referente à lei de 84, visando a despenalização do aborto!

Nem mais. Os retrógados castigadores de mulheres, fundamentalistas defensores da vida humana propuseram a efectiva despenalização do aborto, isto é, deixaria de haver mulheres constituídas arguidas por incorrência na prática de um aborto.
Este facto remete-nos para um ponto interessante: uma das falácias usadas em campanha mais queridas do sim é a condenação das mulheres ou simplesmente a sua ida a julgamento, logo seria de prever que lhes aprazesse a despenalização do aborto, como foi proposta. Mas tal não aconteceu.
Se juntarmos a isto, a vontade expressa pelo não para que, mesmo que ganhe no referendo, se altere a lei custar-nos-à certamente ouvir da boca do nosso Primeiro Ministro: "Se o não vencer, não altero a lei e não há a despenalização".

Fica assim claro que o sim não quer a despenalização (uma vez que está contemplada na lei vigente) nem sequer a despenalização total (como o prova a recusa da proposta apresentada no parlamento). Então, o que quererá José Sócrates? É difícil compreender, tal como o é compreender a sua total envolvência neste caso que tanto tem dividido os portugueses, visto está que, para o bem e para o mal, é ele que deve zelar pelo interesse de todos os cidadãos.


Deixo-vos agora com um artigo de opinião, por Catarina Marques Vieira:

O Tempo é bom conselheiro.
Prova disso tem sido a evolução das recentes sondagens sobre o referendo, onde apesar de ainda se prever uma vitória do Sim se assiste a um aumento sistemático do Não.
Como consequência disto, começamos já a assistir algum desespero por parte dos defensores do Sim, nomeadamente, do nosso PM que se viu forçado a vir a público afirmar que se o Sim não ganhar tudo ficará na mesma, como que a fazer chantagem para impor a sua vontade, na velha postura do “ou é como eu quero ou nada feito”.
Se por um lado se pode assumir isto como um bom sinal, por outro parece-me uma postura pouco responsável para alguém que tem por obrigação defender os interesses de um país.
Fica uma questão: Será que se o Não ganhar aqueles que acerrimamente se assumem contra o aborto clandestino o vão deixar de combater?
É por isso que não há nada como o tempo para restabelecer a justiça, até porque como dizia Mark Twain, “ há três espécies de mentiras: as mentiras, as mentiras sagradas e as estatísticas”
No dia 11 logo veremos se ele sempre tinha razão.

4 comentários:

Anónimo disse...

SIMMM ... SIM AO ABORTO. CAMBADA DE RETROGAS Q N EVOLUEM NA VIDA... CRESÇAM... COMO É POSSÍVEL SERMOS O Ú NICO PAÍS DA UE COM PESSOAS COM ESTA MENTALIDADE... DUUUUUUUH

Padeira de Aljubarrota disse...

Não consigo concordar que sejamos nós que estamos atrasados, mas sem dúvida que regrediremos imensamente caso vença o SIM!

Nesse caso, estaremos, como diz, atrasados! Mas mais atrasados ainda do que julga. Enquanto por essa Europa comunitária se debate agora a revisão das leis liberativas no que ao aborto diz respeito, por cá ainda não o despenalizámos sequer. Lá fora já o liberalizaram e já se arrependeram. Em Portugal preparamo-nos para nos virmos a arrepender. Não seria proveitoso saltar-mos a etape que tem levado as outras comunidades ao arrependimento e mantermos a vida como valor mais alto?

No entanto repare que não defendi o "não ao aborto" (no qual continuo a acreditar), apenas o "não no referendo".

Mais, vários dos países que liberalizaram o aborto, como se pretende em Portugal, fizeram-no com base em pressupostos falsos (refiro-me a casos específicos e individuais utilizados para sensibilizar a opinião pública: violações fictícias, testemunhos encenados de mães com problemas psíquicos, etc).

Apelo, no entanto, a que faça melhor uso da sua capacidade de argumentação, que terá, certamente, evitando assim um um "DUUUUUUUH" final.

Tiago Mendonça disse...

Caríssimos,

Só salientar um ponto que ainda não percebi bem. Porque razão é a Holanda mais desenvolvida que a Irlanda? Por ter propostas por um partido Pedofilo? Por ter as drogas banalizadas? Por ter uma rua com prostitutas em montras? Pela Irlanda, ser o país, que mais cresce economicamente? Enfim, essa dos países todos " terem o aborto " ou os mais desenvolvidos permitirem esta práctica, é um argumento demagogico e incompreensivel. De qualquer forma defensores da Holanda : Até este país, se prepara, para alterar a lei, tornando-a menos liberal do que a que existe. Concordo com o que a padeira disse, acho ser desnecessário, temos que agora liberalizar totalmente, regredirmos 10 ou 20 anos, fomentarmos a irresponsabilidade, potenciarmos o desenvolvimento das doenças sexualmente transmissiveis e estoirarmos com o que resta da nossa sociedade. Passemos essa fase, uma vez, que já parece obvio que em nenhum país o aborto liberal se mantem.

Anónimo disse...

É curioso ver o estado a que algumas pessoas chegam. Limitam- se a insultar, não apresentando qualquer argumento ou justificação.
São vipes como os do post anterior que me dão vontade de rir.
Portugal é o único país da U.E ( a par da Irlanda e da Polónia ), povoado de pessoas "retrógas" pois é o único que por bem senso e coerência ainda nao legalizou o aborto.
Esperemos que "esta mentalidade" continue assim por muitos e bons anos.
E aconselho o ignorante que estreveu o post anterior a praticar "yoga", ou qualquer coisa que o acalme, para ver se deixa de usar linguagem de criancinha, como o "duuuuuuh".
Saudações do Ecosdosegos