terça-feira, março 20


O país i real

"Enquanto prossegue o concurso das 7 maravilhas nacionais, por acaso todas elas provenientes da monarquia, o país vai votando no dr. Salazar, um género de monarca republicano, como o melhor português de sempre.Verifica-se que o país, apesar de ter aderido à democracia republicana, continua a gostar muito de duas coisas: de obras e de monarcas.

O governo, ao insistir na faraónica Ota e no luxo asiático que é o TGV, terá compreendido que o país gosta de obras. E como também compreendeu que o país aprecia monarcas, os técnicos de propaganda residentes lá vão abnegadamente construindo uma imagem de quase rei, onde caiba o sr. engenheiro.
Eventualmente, se fossem muito competentes na construção da imagem, a recorrência simbólica do fato de treino poderia levar o país à apoteose, como no filme, rendido a um novo – Herói em Collants.

Seja como for, desenganem-se. A monarquia caiu, de facto, em 1974.

Também o eng. Guterres, apesar de ter mandado fazer 10 estádios de futebol, ficou fora de jogo e foi mandado recolher aos balneários antes de acabar a partida, e sem chegar a ser coroado.

Mais recentemente, como se viu nas últimas eleições, o país, indiferente à imagem enlevada sobre o valor nacional do pai da democracia, amarrotou e descartou da memória o rei serôdio, porque depois de 74 os reis são todos a prazo. Estão fora do baralho.

O azar, e com tristeza o digo, é que sem reis, e só com valetes e damas que não são de trunfo, não se vê que nasça obra, nem se vê obra que o valha."

João Carvalho Fernandes

Editor do Jornal da Nova Democracia

1 comentário:

Augusto Emilio disse...

Portugal é um país de orfãos que precisa de um pai, que só é feliz súbdito de um rei, e não servo de um regime corrupto de gente sem nível que consome a riqueza e não deixa um bom legado.

Bem-haja!