sábado, setembro 8


O "Avanço"


Há sete anos que entrámos no novo milénio e os contrastes com o passado são já bastante acentuados. Muito aconteceu, os processos e os hábitos mudaram. Hoje é possível falar-se, em tempo real, com uma pessoa que esteja no outro lado oposto do Mundo. Mais, não só podemos falar com ela como a podemos ver.
As distâncias, para a informação e para todo o “mundo global”, deixaram de ser obstáculo. São praticamente irrelevantes.
É incrível o que se pode alcançar sem esforço.

O Homem, como sempre, pensou, planeou, acreditou, executou e tornou possível uma nova realidade que, no passado, nem os mais criativos e futuristas imaginaram concretizável.
Contudo – e porque precisei intencionalmente o factor essencial desta evolução, o Homem – entendo que, em abono da verdade e do raciocínio próprio, devo indicar tudo ou, pelo menos, muito do que não foi aproveitado com esta “evolução”,
Este progresso, este “Mundo global”, trouxe consigo graves consequências, de tal forma terríveis que põem em causa a sanidade da própria sociedade. São uma verdadeira ameaça para o Homem.
Todo este “avanço”, toda esta autonomia, deveriam ser exclusivamente orientadas no sentido de resolver e destruir barreiras que sempre limitaram o Homem. Deveriam servir para unir as pessoas, ajudá-las, instruí-las, dirimir os seus conflitos.

Ao invés de tudo isto, reforçou o lado mau do Homem, tornando-o numa besta hipócrita, sedenta de prazer fácil e de destruição espiritual.
Com estas mudanças passaram a ser dominantes sentimentos como o egoísmo, o individualismo despreocupado, a futilidade e a falta de ambição, que resultaram e resultam, directamente, numa grave perda de altruísmo, sentido de comunidade, patriotismo, respeito, moralidade social, e Razão.
Com toda a liberdade conseguida com os avanços tecnológicos, o melhor que o Homem conseguiu foi arranjar uma forma de se destruir mais eficazmente.

Bom, até agora quem me estiver a ler julgará que sou um pessimista, mas não se trata disso. Este texto não é uma proclamação do Apocalipse, é antes um discurso de revolta e alerta, para todos aqueles que abominam a estupidez que extravasa o normal do Homem.

Por exemplo, com os equipamentos e mobilidade que dispõem as forças militares de segurança para a Paz Mundial, continua a assistir-se, com passividade, à barbárie e à incúria. Ao derramamento de sangue inocente e ao livre arbítrio de assassinos sem escrúpulos. Veja-se qualquer país africano e percebe-se logo o que quero dizer.
Não é que seja utópico e ache que algum dia será possível acabar, na totalidade, com os males que assombram o Mundo, mas que se faça alguma coisa séria, sem interesses monetários, com uma só preocupação. O Homem.

6 comentários:

Anónimo disse...

O senhor mete-me nojo. Quer fazer o que? Obrigar as pessoas a serem boas? Deixem nos fazer o que queremos! Sim, sem limites! O homem nao pode ter limites!
Quer ajudar os pobrezinhos? e entao? nao se ajuda ja? Olhe por exemplo concertos tipo Live8.
Pois é... grandes amigos do homem

Anónimo disse...

Excelente texto. Quanto ao Carcaça,deveria estar calado. Ele que proponha alguma coisa concreta! Porque é q as pessoas insistem na desresponsabilizaçao? Na falta de limites? LIBERDADE NAO É LIBERTINAGEM!

Força companheiro!

Anónimo disse...

:)

Anónimo disse...

alguns limites são até muito importantes

Augusto Emilio disse...

Carcaça, belo nome! Deve ser do clube dos "quero morrer" e andar a lamber campas.

Bem-haja!

Anónimo disse...

O passado é muito importante e conhecê-lo ajuda-nos a perceber melhor a nossa identidade mas pensemos mais Futuro e depressa porque urge mudar este rumo!